Língua portuguesa

Origem: Wikimotorpedia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa
Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Língua portuguesa (desambiguação).
Português
Falado em: Ver geografia da língua portuguesa
Total de falantes: Nativa: 250 milhões
Total: 273 milhões
Posição: 5.ª como língua nativa[1][2]
6.ª como língua nativa e segunda língua
Família: Indo-europeia
 Itálica
  Românica
   Ítalo-ocidental
    Românica ocidental
     Galo-ibérica
      Ibero-românica
       Ibero-ocidental
        Galaico-portuguesa
         Português
Escrita: Alfabeto latino
Estatuto oficial
Língua oficial de:

Várias organizações internacionais
Regulado por: Instituto Internacional da Língua Portuguesa; CPLP; Academia Brasileira de Letras (Brasil); Academia das Ciências de Lisboa, Classe de Letras (Portugal)
Códigos de língua
ISO 639-1: pt
ISO 639-2: por
ISO 639-3: por
Map of the portuguese language in the world.png
  Língua materna
  Língua oficial e administrativa
  Língua cultural ou secundária
  Minorias falantes do português

A língua portuguesa, também designada português, é uma língua românica flexiva originada no galego-português falado no Reino da Galiza e no Norte de Portugal. A parte sul do Reino da Galiza se tornou independente, passando a se chamar Condado Portucalense em 1095 (um reino a partir de 1139). Enquanto a Galícia diminuiu, Portugal independente se expandiu para o sul (Conquista de Lisboa, 1147) e difundiu o idioma, com a Reconquista, para o sul de Portugal e mais tarde, com as descobertas portuguesas, para o Brasil, África e outras partes do mundo.[3] O português foi usado, naquela época, não somente nas cidades conquistadas pelos portugueses, mas também por muitos governantes locais nos seus contatos com outros estrangeiros poderosos. Especialmente nessa altura a língua portuguesa também influenciou várias línguas[4].

É uma das línguas oficiais da União Europeia, do Mercosul, da União de Nações Sul-Americanas, da Organização dos Estados Americanos, da União Africana e dos Países Lusófonos. Com aproximadamente 280 milhões de falantes, o português é a 5ª língua mais falada no mundo, a 3ª mais falada no hemisfério ocidental e a mais falada no hemisfério sul da Terra.

Durante a Era dos Descobrimentos, marinheiros portugueses levaram o seu idioma para lugares distantes. A exploração foi seguida por tentativas de colonizar novas terras para o Império Português e, como resultado, o português dispersou-se pelo mundo. Brasil e Portugal são os dois únicos países cuja língua primária é o português. Entretanto, o idioma é também largamente utilizado como língua franca nas antigas colônias portuguesas de Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné Equatorial,[5][6][7] Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe, todas na África.[8] Além disso, por razões históricas, falantes do português são encontrados também em Macau, no Timor-Leste e em Goa.[9]

O português é conhecido como "a língua de Camões" (em homenagem a uma das mais conhecidas figuras literárias de Portugal, Luís Vaz de Camões, autor de Os Lusíadas) e "a última flor do Lácio" (expressão usada no soneto Língua Portuguesa, do escritor brasileiro Olavo Bilac[10]). Miguel de Cervantes, o célebre autor espanhol, considerava o idioma "doce e agradável".[11] Em março de 2006, o Museu da Língua Portuguesa, um museu interativo sobre o idioma, foi fundado em São Paulo, Brasil, a cidade com o maior número de falantes do português em todo o mundo.[12]

História

Mapa cronológico mostrando o desenvolvimento das línguas do sudoeste da Europa entre as quais o português.
Poesia medieval
portuguesa
Das que vejo
nom desejo
outra senhor se vós nom,
e desejo
tam sobejo,
mataria um leon,
senhor do meu coraçom:
fim roseta,
bela sobre toda fror,
fim roseta,
nom me meta
em tal coita voss'amor!
João de Lobeira
(c. 1270–1330)

O português teve origem no que é hoje a Galiza e o norte de Portugal, derivada do latim vulgar que foi introduzido no oeste da península Ibérica há cerca de dois mil anos. Tem um substrato céltico-lusitano,[13] resultante da língua nativa dos povos ibéricos pré-romanos que habitavam a parte ocidental da península (Galaicos, Lusitanos, Célticos e Cónios). Surgiu no noroeste da península Ibérica e desenvolveu-se na sua faixa ocidental, incluindo parte da antiga Lusitânia e da Bética romana. O romance galaico-português nasce do latim falado, trazido pelos soldados romanos, colonos e magistrados. O contacto com o latim vulgar fez com que, após um período de bilinguismo, as línguas locais desaparecessem, levando ao aparecimento de novos dialectos. Assume-se que a língua iniciou o seu processo de diferenciação das outras línguas ibéricas através do contacto das diferentes línguas nativas locais com o latim vulgar, o que levou ao possível desenvolvimento de diversos traços individuais ainda no período romano.[14][15][16] A língua iniciou a segunda fase do seu processo de diferenciação das outras línguas românicas depois da queda do Império Romano, durante a época das invasões bárbaras no século V quando surgiram as primeiras alterações fonéticas documentadas que se reflectiram no léxico. Começou a ser usada em documentos escritos pelo século IX, e no século XV tornara-se numa língua amadurecida, com uma literatura bastante rica.

Chegando à Península Ibérica em 218 a.C., os romanos trouxeram com eles o latim vulgar, de que todas as línguas românicas (também conhecidas como "línguas novilatinas" ou "neolatinas") descendem. Só no fim do século I a.C. os povos que viviam a sul da Lusitânia pré-romana, os cónios e os celtas, começam o seu processo de romanização. As línguas paleo-ibéricas, como a Língua lusitana ou a sul-lusitana são substituídas pelo latim.[17] A língua difundiu-se com a chegada dos soldados, colonos e mercadores, vindos das várias províncias e colónias romanas, que construíram cidades romanas normalmente perto de cidades nativas.

A partir de 409 d.C.,[18] enquanto o Império Romano entrava em colapso, a península Ibérica era invadida por povos de origem germânica e iraniana ou eslava[19] (suevos, vândalos, búrios, alanos, visigodos), conhecidos pelos romanos como bárbaros que receberam terras como fœderati. Os bárbaros (principalmente os suevos e os visigodos) absorveram em grande escala a cultura e a língua da península; contudo, desde que as escolas e a administração romana fecharam, a Europa entrou na Idade Média e as comunidades ficaram isoladas, o latim popular continuou a evoluir de forma diferenciada levando à formação de um proto-ibero-romance "lusitano" (ou proto-galego-português). Desde 711, com a invasão islâmica da península, que também introduziu um pequeno contingente de saqalibas, o árabe tornou-se a língua de administração das áreas conquistadas. Contudo, a população continuou a usar as suas falas românicas, o moçárabe nas áreas sob o domínio mouro, de tal forma que, quando os mouros foram expulsos, a influência que exerceram na língua foi relativamente pequena. O seu efeito principal foi no léxico, com a introdução de cerca de mil palavras através do moçárabe-lusitano.

Em 1297, com a conclusão da reconquista, o rei D.Dinis I prossegue políticas em matéria de legislação e centralização do poder, adoptando o português como língua oficial em Portugal. O idioma se espalhou pelo mundo nos séculos XV e XVI quando Portugal estabeleceu um império colonial e comercial (1415-1999) que se estendeu do Brasil, na América, a Goa, na Ásia (Índia, Macau na China e Timor-Leste). Foi utilizada como língua franca exclusiva na ilha do Sri Lanka por quase 350 anos. Durante esse tempo, muitas línguas crioulas baseadas no português também apareceram em todo o mundo, especialmente na África, na Ásia e no Caribe.

Em março de 1994 foi fundado o Bosque de Portugal, na cidade sul-brasileira de Curitiba; o parque abriga o Memorial da Língua Portuguesa, que homenageia os imigrantes portugueses e os países que adotam a língua portuguesa; originalmente eram sete as nações que estavam representadas em pilares, mas com a independência de Timor-Leste, este também foi homenageado com um pilar construído em 2007.[20] Em março de 2006, fundou-se em São Paulo o Museu da Língua Portuguesa.

O Dia da Língua Portuguesa e da Cultura é comemorado em 5 de Maio, sendo promovido pela CPLP e celebrado em todo o espaço lusófono.[21]

Distribuição geográfica

A língua portuguesa no mundo.

O português é a língua da maioria da população de Portugal,[22] Brasil,[23] São Tomé e Príncipe (95%)[24] e Angola.[25] Apesar de apenas 6,5% da população de Moçambique ser de falantes nativos do português, o idioma é falado por cerca de 39,6% dos moçambicanos, de acordo com o censo de 1997.[26] A língua também é falada por 11,5% da população da Guiné-Bissau.[27] Não existem dados disponíveis relativos a Cabo Verde, mas quase toda a população é bilíngue, sendo os cabo-verdianos monolíngues falantes do crioulo cabo-verdiano.

Há também significativas comunidades de imigrantes falantes do português em muitos países como Andorra (15,4%),[28] Austrália,[29] Bermuda,[30] Canadá (0,72% ou 219.275 pessoas segundo o censo de 2006,[31] mas entre 400.000 e 500.000 de acordo com Nancy Gomes),[32] Curaçao, França,[33] Japão,[34] Jersey,[35] Luxemburgo (9%),[22] Namíbia (4-5%),[36][37] Paraguai (10,7% ou 636.000 pessoas),[38] África do Sul,[39] Suíça (196 mil cidadãos em 2008),[40] Venezuela (1 a 2% ou 254.000 a 480.000 pessoas)[41] e nos Estados Unidos (0,24% da população ou 687.126 falantes de acordo com o American Community Survey de 2007),[42] principalmente em Nova Jersey,[43] Nova York[44] e Rhode Island.[45]

Em algumas partes do que era a Índia Portuguesa, como Goa[46] e Damão e Diu,[47] o português ainda é falado, embora esteja em vias de desaparecimento.

Idioma oficial

  Países observadores ou associados

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (sigla CPLP) consiste em nove países independentes que têm o português como língua oficial: Angola, Brasil, Cabo Verde, Timor-Leste, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.[8]

A Guiné Equatorial fez um pedido formal de adesão plena à CPLP em junho de 2010 e deve adicionar o português como terceira língua oficial (ao lado do espanhol e do francês), já que esta é uma das condições para entrar no grupo. O Presidente da República da Guiné Equatorial, Obiang Nguema Mbasog, e o Primeiro-Ministro Chefe de Estado, Ignacio Milam Tang, aprovaram e apresentaram no dia 20 de julho de 2011 o novo Projeto-Lei Constitucional que pretende adicionar o português como língua oficial. O decreto aguarda ratificação pela Câmara de Representantes do Povo e entrará em vigor 20 dias após a sua publicação no Boletim Oficial do estado (equivalente ao português Diário da República)[48][49][50].

O português é também uma das línguas oficiais da região administrativa especial chinesa de Macau (ao lado do chinês) e de várias organizações internacionais, como o Mercosul,[51] Organização dos Estados Ibero-Americanos,[52] a União de Nações Sul-Americanas,[53] a Organização dos Estados Americanos,[54] a União Africana[55] e da União Europeia.[56]

População dos países e jurisdições de língua oficial ou cooficial portuguesa

Gráfico de setores ilustrando a porcentagem de falantes do português por país.

Segundo dados estatísticos oficiais e fiáveis dos respetivos governos e seus institutos nacionais de estatística, a população de cada uma das nove jurisdições é a seguinte (por ordem decrescente):

Com esses dados acima expostos constata-se que o número de falantes do espaço lusofóno seja de aproximadamente 241 milhões de pessoas.

Question book.svg
Esta página ou secção não cita fontes confiáveis e independentes, o que compromete sua credibilidade. Por favor, adicione referências e insira-as corretamente no texto ou no rodapé. Conteúdo sem fontes poderá ser removido.
Encontre fontes: Google (notícias, livros e acadêmico)

Poderá acrescentar-se a esse número a imensa diáspora de cidadãos de nações lusófonas espalhada pelo mundo, estimando-se que ascenda aos 10 milhões (4,5 milhões de portugueses, 3 milhões de brasileiros, meio milhão de cabo-verdianos, etc.), mas sobre a qual é difícil obter números reais oficiais, incluindo-se nisso a obtenção de dados porcentuais dessa diáspora que fala efetivamente a língua de Camões, uma vez que uma porção significativa será de cidadãos de países lusófonos nascidos fora de território lusófono descendentes de imigrantes, os quais não necessariamente falam o português. É necessário ter-se igualmente em conta que boa parte das diásporas nacionais já se encontra contabilizada nas populações dos países lusófonos, como por exemplo o grande número de cidadãos emigrantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOPs) e brasileiros em Portugal, ou o grande número de cidadãos emigrantes portugueses no Brasil e nos PALOPs.[71]

A língua portuguesa está no cotidiano de 241 milhões de pessoas, que têm contato direto ou indireto legal, jurídico e socialmente com a língua portuguesa, podendo tal contato consistir do idioma no dia-a-dia, passando pela educação, pelo contato com a administração local ou internacional, pelo comércio e/ou serviços, ou até mesmo consistir do simples vislumbre de sinalética, informação municipal e publicidade em português.

Question book.svg
Esta página ou secção não cita fontes confiáveis e independentes, o que compromete sua credibilidade. Por favor, adicione referências e insira-as corretamente no texto ou no rodapé. Conteúdo sem fontes poderá ser removido.
Encontre fontes: Google (notícias, livros e acadêmico)

Cabe notar ainda o importante aumento e a consolidação da população das várias jurisdições para números arredondados facilmente identificáveis: Portugal Continental com 10 milhões e Açores e Madeira contabilizando já meio milhão juntos; o Brasil passa dos 190 milhões, Moçambique dos 20 milhões, Angola dos 15 milhões, Guiné-Bissau 1,5 milhão, o grupo insular africano Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, que têm 1 milhão, Timor-Leste, que também tem praticamente a mesma população, e Macau com 500 mil. Números recentes e reais que, individualmente e em conjunto, fortalecem as suas nações, as identidades lusófonas e a língua portuguesa no panorama internacional.

Question book.svg
Esta página ou secção não cita fontes confiáveis e independentes, o que compromete sua credibilidade. Por favor, adicione referências e insira-as corretamente no texto ou no rodapé. Conteúdo sem fontes poderá ser removido.
Encontre fontes: Google (notícias, livros e acadêmico)

Português como língua estrangeira

O ensino obrigatório do português nos currículos escolares é observado no Uruguai[72] e na Argentina.[73] Outros países onde o português é ensinado em escolas, ou onde seu ensino está sendo introduzido agora, incluem Venezuela,[74] Zâmbia,[75] Congo,[76] Senegal,[76] Namíbia,[76] Suazilândia,[76] Costa do Marfim[76] e África do Sul.[76]

No estado de Goa na Índia, atualmente o português é aprendido, no ensino oficial e particular. A Universidade de Goa tem um mestrado em Estudos Portugueses desde 1988.

Futuro

Segundo estimativas da UNESCO, o português é um dos idiomas que mais crescem entre as línguas europeias após o inglês e o espanhol. O português é o idioma que tem o maior potencial de crescimento como língua internacional na África Austral e na América do Sul.[77] Espera-se que os países africanos falantes da língua portuguesa tenham uma população combinada de 83 milhões de pessoas até 2050. No total, os países de língua portuguesa terão por volta de 400 milhões de pessoas no mesmo ano.[77]

Desde 1991, quando o Brasil assinou no mercado econômico do Mercosul com outros países sul-americanos, como Argentina, Uruguai e Paraguai, tem havido um aumento no interesse pelo estudo do português nas nações da América do Sul. O peso demográfico do Brasil no continente continuará a reforçar a presença do idioma na região.[78][79]

Embora no início do século XXI, depois de Macau ter sido cedida à China, o uso de português estivesse em declínio na Ásia, está novamente se tornando uma língua relativamente popular por lá, principalmente por causa do aumento dos laços diplomáticos e financeiros chineses com os países de língua portuguesa.[80]

Visibilidade política

IV Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa em Brasília.

Existe um número crescente de pessoas que falam português, nos média e na internet, que estão apresentando tal situação à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e outras organizações para a realização de um debate na comunidade lusófona, com o objetivo de apresentar uma petição para tornar o português uma das línguas oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em outubro de 2005, durante a convenção internacional do Elos Clube Internacional da Comunidade Lusíada, realizada em Tavira (Portugal), uma petição cujo texto pode ser encontrado na internet com o título "Petição para tornar o idioma português oficial na ONU" foi redigida e aprovada por unanimidade.[81] Rômulo Alexandre Soares, presidente da Câmara Brasil - Portugal, destaca que o posicionamento do Brasil no cenário internacional como uma das potências emergentes do século XXI, pelo tamanho de sua população, e a presença da sua variante do português em todo o mundo, fornece uma justificação legítima para a petição enviada à ONU, e assim tornar o português uma das línguas oficiais da organização.[82] Esta é actualmente uma das causas do Movimento Internacional Lusófono.[83]


Em África, o português é língua oficial em Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Moçambique e Angola.[84] Finalmente, na Ásia, encontra-se Timor-Leste uma nação lusófona.[8]

Dialetos

Ver artigo principal: Dialetos da língua portuguesa

Assim como os outros idiomas, o português sofreu uma evolução histórica, sendo influenciado por vários idiomas e dialetos, até chegar ao estágio conhecido atualmente. Deve-se considerar, porém, que o português de hoje compreende vários dialetos e subdialetos, falares e subfalares, muitas vezes bastante distintos, além de dois padrões reconhecidos internacionalmente (o português brasileiro e o português europeu). No momento atual, o português é a única língua do mundo ocidental falada por mais de cem milhões de pessoas com duas ortografias oficiais (é notado que a inglês têm diferenças de ortografia pontuais mas não ortografias oficiais divergentes). Esta situação deve ser resolvida pelo Acordo Ortográfico de 1990.[85]

A língua portuguesa tem grande variedade de dialectos, muitos deles com uma acentuada diferença lexical em relação ao português padrão seja no Brasil ou em Portugal.[86][87][88] Tais diferenças, entretanto, não prejudicam muito a inteligibilidade entre os locutores de diferentes dialectos.[89]

Os primeiros estudos sobre os dialectos do português europeu começaram a ser registados por Leite de Vasconcelos no começo do século XX.[90][91] Mesmo assim, todos os aspectos e sons de todos os dialectos de Portugal podem ser encontrados nalgum dialecto no Brasil. O português africano, em especial o português são-tomense, tem muitas semelhanças com o português do Brasil. Ao mesmo tempo, os dialetos do sul de Portugal (chamados "meridionais") apresentam muitas semelhanças com o falar brasileiro, especialmente, o uso intensivo do gerúndio (e. g. falando, escrevendo, etc.). Na Europa, os dialectos transmontano e alto-minhoto apresentam muitas semelhanças com o galego.[92] Um dialecto já quase desaparecido é o português oliventino ou português alentejano oliventino, falado em Olivença e em Táliga.[93]

Após a independência das antigas colônias africanas, o português padrão de Portugal tem sido o escolhido pelos países africanos de língua portuguesa. Logo, o português tem apenas dois dialetos de aprendizagem, o europeu e o brasileiro. Note-se que na língua portuguesa europeia há uma variedade prestigiada que deu origem à norma-padrão: a variedade de Lisboa.[94] No Brasil, a maior quantidade de falantes se encontra na região sudeste do país, essa região foi alvo de intensas migrações internas,graças ao seu poder econômico. O Distrito Federal. apresenta um destaque devido ao seu dialeto próprio,pelas várias ordas de migração interna. Os dialectos europeus e americanos do português apresentam problemas de inteligibilidade mútua (dentro dos dois países), devido, sobretudo, a diferenças culturais, fonéticas, lexicais. Nenhum pode, no entanto, ser considerado como intrinsecamente melhor ou perfeito.[95]

Algumas comunidades cristãs falantes de português na Índia, Sri Lanka, Malásia e Indonésia preservaram a sua língua mesmo depois de terem ficado isoladas de Portugal. A língua foi muito alterada nessas comunidades e, em muitas, nasceram crioulos de base portuguesa, alguns dos quais ainda persistem, após séculos de isolamento.[96] Também é percebível uma variedade de palavras originadas do português no tétum. Palavras de origem portuguesa entraram no léxico de várias outras línguas, como o japonês, o suaíli, o indonésio e o malaio.[97]

Léxico

Ver artigo principal: Léxico da língua portuguesa

O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, com cerca de 228 500 entradas, 376 500 acepções, 415 500 sinónimos, 26 400 antónimos e 57 000 palavras arcaicas, é um exemplo da riqueza léxica da língua portuguesa. Segundo um levantamento feito pela Academia Brasileira de Letras, a língua portuguesa tem atualmente cerca de 356 mil unidades lexicais. Essas unidades estão dicionarizadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.[99]

A maior parte do léxico do Português é derivado do latim, já que o português é uma língua românica. No entanto, por causa da ocupação moura da Península Ibérica durante a Idade Média e a participação de Portugal na Era dos Descobrimentos, adotou palavras de todo o mundo. No século XIII, por exemplo, o léxico do português tinha cerca de 80% de suas palavras com origem latina e 20% com origem pré-romana, germânica e árabe. Atualmente, a língua portuguesa ostenta em seu vocabulário termos provenientes de diferentes idiomas como o provençal, o holandês, o hebraico, o persa, o quíchua, o chinês, o turco, o japonês, o alemão e o russo, além de idiomas bem mais próximos, como o inglês, o francês, o espanhol e o italiano. Também houve influência de algumas línguas africanas.[100][101]

Muito poucas palavras em português podem ter sua origem rastreada até os habitantes pré-romanos de Portugal, que incluíam os galaicos, lusitanos, célticos e cónios. O fenícios e cartagineses, brevemente presentes na região, também deixaram alguns poucos vestígios. No século V, a Península Ibérica (a Hispania romana) foi conquistada pelos germânicos suevos e visigodos. Esses povos contribuíram com algumas palavras ao léxico português, principalmente nas relacionadas à guerra. Entre os séculos IX e XIII, o português adquiriu cerca de 800 palavras do árabe, devido a influência moura na Iberia. No século XV, as explorações marítimas portuguesas levaram à introdução de estrangeirismos de muitas das línguas asiáticas. Do século XVI ao XIX, por causa do papel de Portugal como intermediário no comércio de escravos no Atlântico e o estabelecimento de grandes colónias portuguesas em Angola, Moçambique e Brasil, o português sofreu várias influências de idiomas africanos e ameríndios.[100][101]

Classificação e línguas relacionadas

Interior do Real Gabinete Português de Leitura, fundado em 1837 no Rio de Janeiro.

O português é uma língua indo-europeia, do grupo das línguas românicas (ou latinas), as quais descendem do latim, pertencente ao ramo itálico da família indo-europeia. Considera-se, comparado com línguas da península Ibérica e excluindo o galego e o mirandês, ter maiores parecenças com o sistema vocálico catalão, mas também existem algumas similitudes entre o português e os falares pirenaicos centrais. Como factor decisivo para a evolução do português considera-se frequêntemente a influência dum substrato celta. Os fonemas vocálicos nasais estabelecem uma similitude com o ramo galo-românico (especialmente com o francês antigo)[102]

A língua portuguesa é, em alguns aspectos, parecida com a língua castelhana, tal como com a língua catalã ou a língua italiana, mas é muito diferente na sua sintaxe, na sua fonologia e no seu léxico. Um falante de uma das línguas precisa de alguma prática para entender um falante da outra. Além do mais, as diferenças no vocabulário podem dificultar o entendimento. Entretanto, essa situação usualmente se configura usando o vocabulário corrente da língua. Geralmente, há palavras portuguesas da mesma origem etimológica (às vezes em desuso) que as dos outros romances. Compare-se por exemplo:

Ela fecha sempre a janela antes de jantar. (em português) (língua atual)
Ella cierra siempre la ventana antes de cenar. (castelhano)
Ela cerra sempre a ventana antes de cear. (usando a mesma etimologia)

Enquanto os falantes de português têm um nível notável de compreensão do castelhano, os falantes castelhanos têm, em geral, maior dificuldade de entendimento. Isto acontece porque o português, apesar de ter sons em comum com o castelhano, também tem sons particulares. No português, por exemplo, há vogais e ditongos nasais (provavelmente herança das línguas célticas[103][104]). Além disso, no português europeu há uma profunda redução de intensidade das sílabas finais e as vogais átonas finais tendem a ser ensurdecidas ou mesmo suprimidas. Esta particularidade da variedade europeia resulta do chamado ‘processo de redução do vocalismo átono’.

O português é, naturalmente, relacionado com o catalão, o italiano e todas as outras línguas de origem latina.

Há muitas línguas de contato derivadas do ou influenciadas pelo português, como por exemplo o patuá macaense de Macau. No Brasil, destacam-se o lanc-patuá derivado do francês e vários quilombolas, como o cupópia do Quilombo Cafundó, de Salto de Pirapora, no estado brasileiro de São Paulo.[105]

Ortografia

Ver artigo principal: Ortografia da língua portuguesa
Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra, em Portugal.

O português tem duas variedades escritas (padrões ou standards) reconhecidas internacionalmente:

Empregado por cerca de 85% dos falantes do português, o padrão brasileiro é hoje o mais falado, escrito, lido e estudado do mundo. É, ademais, amplamente estudado nos países da América do Sul, devido à grande importância econômica do Brasil no Mercosul.

As diferenças entre as variedades do português da Europa e do Brasil estão no vocabulário, na pronúncia e na sintaxe, especialmente nas variedades vernáculas, enquanto nos textos formais essas diferenças diminuem bastante. As diferenças não são maiores que entre o inglês dos Estados Unidos e do Reino Unido ou o francês da França e de Québec.[106] Ambas as variedades são, sem dúvida, dialectos da mesma língua e os falantes de ambas as variedades podem entender-se apenas com pequenas dificuldades pontuais.

Essas diferenças entre as variantes são comuns a todas as línguas naturais, ocorrendo em maior ou menor grau, dependendo do caso. Com um oceano entre Brasil e Portugal, e ao longo de quinhentos anos, a língua evoluiu de maneira diferente em ambos os países, dando origem a dois padrões de linguagem simplesmente diferentes, não existindo um padrão que seja mais correto em relação ao outro.

É importante salientar que dentro daquilo a que se convencionou chamar "português do Brasil" e "português europeu" há um grande número de variações regionais.

Um dos traços mais importantes do português brasileiro é o seu conservadorismo em relação à variante europeia, sobretudo no aspecto fonético. Um português do século XVI mais facilmente reconheceria a fala de um brasileiro do século XX como sua do que a fala de um português[107]. O exemplo mais forte disto é o vocalismo átono usado no Brasil, que corresponde ao do português da época dos descobrimentos. Assim, a linguística não só retira qualquer autoridade de qualquer variante em relação às outras, como mostra que a distância entre as variantes e entre os seus falantes não é tão grande como muitos pensam.

O que mais afasta as duas variantes não é o seu léxico ou pronúncia distintos, considerados naturais até num mesmo país, mas antes a circunstância, pouco comum nas línguas, de seguirem duas ortografias diferentes. Por exemplo, o Brasil eliminou o "c" das sequências interiores cc/cç/ct, e o "p" das sequências pc/pç/pt sempre que não são pronunciados na forma culta da língua, um remanescente do passado latino da língua que persistiu no português europeu.

Europa e África acção acto contacto direcção eléctrico óptimo adopção
Brasil ação ato contato direção elétrico ótimo adoção

Nota: no Brasil mantêm-se quando pronunciadas, como em facção, compactar, intelectual, aptidão etc.

Também ocorrem diferenças de acentuação devido a pronúncias diferentes. No Brasil, em palavras como acadêmico, anônimo e bidê usa-se o acento circunflexo por tratar-se de vogais fechadas, enquanto nos restantes países lusófonos estas vogais são abertas: académico, anónimo e bidé respectivamente.

Reformas ortográficas

Ver artigo principal: Reforma ortográfica
O presidente de Portugal Cavaco Silva e o ex-presidente do Brasil Lula no Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro em 2008.

Durante muitos anos, Portugal (até 1975, incluía as suas colónias) e o Brasil tomaram decisões unilateralmente e não chegaram a um acordo comum, legislando sobre a língua.[108]

Existiram pelo menos cinco acordos ortográficos: Acordo Ortográfico de 1911, Acordo Ortográfico de 1943, Acordo Ortográfico de 1945, Acordo Ortográfico de 1971 e o Acordo Ortográfico de 1990. Todos eles estiveram envolvidos em polémicas e divergências entre os países signatários. Os mais significativos foram o Acordo Ortográfico de 1943 que esteve em vigor apenas no Brasil entre 12 de agosto de 1943 e 31 de dezembro de 2008 (com algumas alterações introduzidas pelo Acordo Ortográfico de 1971) e o Acordo Ortográfico de 1945, em vigor em Portugal e todas as colónias portuguesas da época, desde 8 de Dezembro de 1945 até à entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990 (que ainda não entrou em vigor em todos os países signatários).[108]

Acordo de 1990

Ver artigo principal: Acordo ortográfico de 1990

O Acordo Ortográfico de 1990 foi proposto para criar uma norma ortográfica única, de que participaram na altura todos os países de língua oficial portuguesa, e em que esteve presente uma delegação não oficial de observadores da Galiza. Os signatários que ratificaram o acordo original foram Portugal (1991), Brasil (1995), Cabo Verde (1998) e São Tomé e Príncipe (2006).[85]

Variedades ortográficas
Portugal e países que não assinaram o acordo de 1990 Brasil e países que assinaram o acordo de 1990
direcção direção
óptimo ótimo

Em julho de 2004 foi aprovado, em São Tomé e Príncipe, o Segundo Protocolo Modificativo, durante a Cúpula dos Chefes de Estado e de governo da CPLP. O Segundo Protocolo vem permitir que o Acordo possa vigorar com a ratificação de apenas três países, sem a necessidade de aguardar que todos os demais membros da CPLP adotem o mesmo procedimento, e contempla também a adesão de Timor-Leste, que ainda não era independente em 1990. Assim, tendo em vista que o Segundo Protocolo Modificativo foi ratificado pelo Brasil (2004), Cabo Verde (2005) e São Tomé e Príncipe (2006), e que o Acordo passaria automaticamente a vigorar um mês após a terceira ratificação necessária, tecnicamente o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa está em vigor, na ordem jurídica internacional e nos ordenamentos jurídicos dos três Estados acima indicados, desde 1º de Janeiro de 2007.[109]

Depois de muita discussão, no dia 16 de maio de 2008, o parlamento português ratificou o Segundo Protocolo Modificativo, estabelecendo um prazo de até seis anos para que a reforma ortográfica seja totalmente implantada. No entanto, não existe nenhuma data oficial para a vigência do tratado no país, pelo que se rege segundo a norma oficial de 1945.[110]

No Brasil, houve a vigência desde janeiro de 2009, tendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinado legislação sobre o acordo no segundo semestre de 2008, porém, até 2012 as duas ortografias estarão vigentes.[111]

Gramática

Ver artigo principal: Gramática da língua portuguesa
Uso da segunda pessoa do singular na lusofonia.

A gramática, a morfologia e a sintaxe do idioma português é semelhante à gramática das demais línguas românicas, especialmente a do espanhol e ainda mais à do galego. O português é um idioma relativamente sintético e flexivo.[112][113]

Substantivos, adjetivos, pronomes e artigos são moderadamente flexionados: existem dois gêneros (masculino e feminino) e dois números (singular e plural). O caso gramatical da sua língua ancestral, o latim, foi perdido, mas os pronomes pessoais são ainda divididos em três tipos principais de formas: sujeito, objeto do verbo e objeto da preposição. A maioria dos substantivos e adjetivos pode levar muitos sufixos diminutivos ou aumentativos derivacionais e a maioria dos adjetivos podem ter sufixo derivacional "superlativo". Os adjetivos normalmente seguem o substantivo.[112][113]

Os verbos são altamente flexionados: existem três tempos (passado, presente e futuro), três modos (indicativo, subjuntivo, imperativo), três aspectos (perfectivo, imperfectivo e progressiva), duas vozes (ativa e passiva) e um infinitivo flexionado. Tempos mais que perfeitos e imperfeitos são sintéticos, totalizando 11 paradigmas de conjugação, enquanto todos os tempos progressivos e construções passivas são perifrásticos. Como em outras línguas românicas, existe também uma construção impessoal passiva, onde o agente substituído por um pronome indefinido. O português é basicamente uma língua SVO, embora a sintaxe SOV possa ocorrer com alguns poucos pronomes e a ordem das palavras geralmente não seja tão rígida quanto no inglês, por exemplo. É uma linguagem de sujeito nulo, com uma tendência de queda dos objetos de pronomes, bem como das variedades coloquiais. O português tem dois verbos de ligação.[112][113]

A língua portuguesa tem várias características gramaticais que a distinguem da maioria das outras línguas românicas, como um pretérito mais-que-perfeito sintético, verbo no futuro do subjuntivo, infinitivo flexionado e um presente perfeito com um sentido iterativo. Um recurso exclusivo do idioma português é a mesóclise, a infixação de pronomes clíticos em algumas formas verbais.[112][113]

Fonologia

Ver artigo principal: Fonologia do português

A língua portuguesa contém alguns sons únicos para falantes de outras línguas, tornando-se, por isso, necessário que estes lhes prestem especial atenção quando a aprendem. O português tem uma das fonologias mais ricas das línguas românicas, com vogais orais e nasais, ditongos nasais e dois ditongos nasais duplos. As vogais semifechadas /e/, /o/ e as vogais semiabertas /ɛ/, /ɔ/ são quatro fonemas separados, ao invés do espanhol, e o contraste entre elas é usado para apofonia. O português europeu também possui duas vogais centrais, uma das quais tende a ser omitida na fala como o e caduc do francês. Há, no português, um máximo de nove vogais orais e 19 consoantes, embora algumas variedades da língua tenham menos fonemas (o português brasileiro é geralmente analisado como tendo sete vogais orais). Há também cinco vogais nasais, que alguns linguistas consideram como alofones das vogais orais, dez ditongos orais e cinco ditongos nasais. No total, o português do Brasil tem 13 fonemas vogais.[114]

Vogais

Ficheiro:Portuguese vowel chart.svg
Plano de monotongos do Português de Lisboa.

Para as sete vogais do latim vulgar, o português europeu acrescentou duas vogais centrais próximas, uma das quais tende a ser elidida na fala rápida. A carga funcional destas duas vogais adicionais é muito baixa. As vogais altas /e o/ e as vogais baixas /ɛ ɔ/ são quatro fonemas distintos e eles se alternam em várias formas de apofonia. Como o catalão, o português usa qualidade da vogal para contrastar sílabas estressadas ​​com sílabas átonas: vogais isoladas tendem a ser levantadas, e em alguns casos, centralizadas, quando átonas. Ditongos nasais ocorrem principalmente nas extremidades das palavras.[114]

Consoantes

Fonemas consonantais do português[115][116]
Bilabial Labio-
dental
Dental/
Alveolar
Palato-
alveolar
Palatal Velar Uvular/
Glotal
Nasal m n ɲ
Oclusiva p b t d k ɡ
Fricativa f v s z ʃ ʒ ʁ
Lateral l ʎ
Vibrante ɾ

Exemplo de pronúncias diferentes

Excerto do épico nacional português Os Lusíadas, de Luís de Camões (I, 33)

Original IPA (Lisboa) IPA (São Paulo) IPA (Santiago de Compostela)
Sustentava contra ele Vénus bela, suʃtẽˈtavɐ ˈkõtɾɐ ˈelɨ ˈvɛnuʒ ˈβɛlɐ sustẽˈtavɐ ˈkõtɾɐ ˈeli ˈvenuz ˈbɛlɐ sustenˈtaβa ˈkontɾa ˈel ˈβɛnuz ˈβɛla
Afeiçoada à gente Lusitana, ɐfɐjsuˈaðaː ˈʒẽtɨ luziˈtɐnɐ afejsuˈadaː ˈʒẽtʃi luziˈtɐnɐ afejθoˈaðaː ˈʃente lusiˈtana
Por quantas qualidades via nela puɾ ˈkwɐ̃tɐʃ kwɐliˈðaðɨʒ ˈviɐ ˈnɛlɐ puɾ ˈkwɐ̃tɐs kwaliˈdadʒiz ˈviɐ ˈnɛlɐ poɾ ˈkantas kwaliˈðaðez ˈβia ˈnɛla
Da antiga tão amada sua Romana; dɐ̃ˈtiɣɐ ˈtɐ̃w̃ ɐˈmaðɐ ˈsuɐ ʁuˈmɐnɐ dãːˈtʃiɡɐ ˈtɐ̃w̃ ɐˈmadɐ ˈsuɐ hoˈmɐnɐ danˈtiɣa ˈtaŋ aˈmaða ˈsua roˈmana
Nos fortes corações,
na grande estrela,
nuʃ ˈfɔɾtɨʃ kuɾɐˈsõj̃ʃ
nɐ ˈɣɾɐ̃dɨʃˈtɾelɐ
nus ˈfɔɾtʃis koɾaˈsõj̃s
na ˈɡɾɐ̃dʒisˈtɾelɐ
nos ˈfɔɾtes koɾaˈθons
na ˈɣɾandesˈtɾela
Que mostraram na terra Tingitana, kɨ muʃˈtɾaɾɐ̃w̃ nɐ ˈtɛʁɐ tĩʒiˈtɐnɐ ki mosˈtɾaɾɐ̃w̃ na ˈtɛhɐ tʃĩʒiˈtɐnɐ ke mosˈtɾaraŋ na ˈtɛra tinʃiˈtana
E na língua, na qual quando imagina, i nɐ ˈlĩɡwɐ nɐ ˈkwaɫ ˈkwɐ̃du jmɐˈʒinɐ i na ˈlĩɡwɐ na ˈkwaw ˈkwɐ̃dimaˈʒinɐ e na ˈliŋɡwa na ˈkal ˈkando jmaˈʃina
Com pouca corrupção crê que é a Latina. kõ ˈpokɐ kuʁupˈsɐ̃w̃ ˈkɾe kiˈɛ ɐ lɐˈtinɐ kũ ˈpokɐ kohup(i)ˈsɐ̃w̃ ˈkɾe kiˈɛ a laˈtʃinɐ kom ˈpowka korupˈθoŋ ˈkɾe ˈke ˈɛ a laˈtina[117]

Ver também

Referências

  1. {{#invoke:Citar web|web}}
  2. {{#invoke:Citar web|web}}
  3. {{#invoke:Citação/CS1|citation |CitationClass=book }}
  4. Marco Ramerini, A Herança da Língua Portuguesa no Oriente (Ásia)
  5. Guiné-Equatorial anuncia o português como língua oficial do país
  6. Guiné Equatorial decreta português como terceira língua oficial
  7. Português entre as línguas oficiais de Guiné Equatorial
  8. 8,0 8,1 8,2 {{#invoke:Citar web|web}}
  9. Michael Swan, Bernard Smith. Portuguese Speakers. Learner English: a Teacher's Guide to Interference and Other Problems. [S.l.]: Cambridge University Press, 2001. 378 p.
  10. {{#invoke:Citar web|web}}
  11. {{#invoke:Citar web|web}}
  12. Museu da Língua Portuguesa aberto ao público no dia 20
  13. [1]
  14. {{#invoke:Citar web|web}}
  15. {{#invoke:Citar web|web}}
  16. {{#invoke:Citar web|web}}
  17. {{#invoke:Citar web|web}}
  18. {{#invoke:Citar web|web}}
  19. Kottzebue, "Mas huella eslavas en espana"
  20. {{#invoke:Citar web|web}}
  21. Dia da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP
  22. 22,0 22,1 {{#invoke:Citar web|web}} (em inglês)
  23. Portuguese language in Brazil (em inglês)
  24. 99,8% declararam falar português no censo de 1991
  25. Medeiros, Adelardo Português na África – Angola
  26. Medeiros, Adelardo Português na África – Moçambique
  27. Medeiros, Adelardo Português na África – Guiné-Bissau
  28. 13.100 falantes do português em 2010 de acordo com Population par nationalité on the site of the "Département des Statistiques d'Andorre"
  29. 0,13% ou 25.779 pessoas falam em casa, no censo de 2006, ver {{#invoke:Citar web|web}}
  30. {{#invoke:Citar web|web}}
  31. {{#invoke:Citar web|web}}
  32. Gomes, Nancy (2001), "Os portugueses nas Américas: Venezuela, Canadá e EUA", Actualidade das migrações, Janus, http://janusonline.pt/2001/2001_3_2_5.html, visitado em 13 de maio de 2011 
  33. 580 mil estimados para usá-la como língua materna no censo de 1999 e 490.444 cidadãos no censo de 2007, consulte Répartition des étrangers par nationalité
  34. {{#invoke:Citar web|web}}
  35. 4,6% de acordo com o censo de 2001, ver
  36. Portuguese to be introduced in schools<The Namibian>Acesso em 6 de abril de 2012.
  37. Cerca de 1% da população, principalmente os refugiados de Angola no Norte do país
  38. {{#invoke:Citar web|web}}
  39. Entre 300.000 e 600.000 de acordo com Pina, António (2001), "Portugueses na África do Sul", Actualidade das migrações, Janus, http://www.janusonline.pt/2001/2001_3_2_11.html, visitado em 13 de maio de 2011 
  40. Fibbi, Rosita (2010), Les Portugais en Suisse, Office fédéral des migrations, http://www.bfm.admin.ch/content/dam/data/migration/publikationen/diasporastudie-portugal-f.pdf, visitado em 13 de maio de 2011 
  41. Ver {{#invoke:Citar web|web}} e Gomes, Nancy (2001), "Os portugueses nas Américas: Venezuela, Canadá e EUA", Actualidade das migrações, Janus, http://janusonline.pt/2001/2001_3_2_5.html, visitado em 13 de maio de 2011 
  42. Carvalho, Ana Maria (2010), "Portuguese in the USA", in Potowski, Kim, Language Diversity in the USA, Cambridge University Press, pp. 346, ISBN 978-0-521-74533-8 
  43. Hispanic Reading Room of the U.S. Library of Congress Web site, Twentieth-Century Arrivals from Portugal Settle in Newark, New Jersey,
  44. {{#invoke:Citar web|web}}
  45. Hispanic Reading Room of the U.S. Library of Congress Web site, Whaling, Fishing, and Industrial Employment in Southeastern New England
  46. {{#invoke:Citar web|web}}
  47. {{#invoke:Citar web|web}}
  48. El portugués será el tercer idioma oficial de la República de Guinea Ecuatorial - Página Oficial del Gobierno de la República de Guinea Ecuatorial
  49. Decreto sobre el portugues como idioma oficial - Página Oficial del Gobierno de la República de Guinea Ecuatorial
  50. El Presidente Obiang asiste a la Cumbre de la CPLP - Página Oficial del Gobierno de la República de Guinea Ecuatorial
  51. Official languages of Mercosur as agreed in the Protocol of Ouro Preto.
  52. Official statute of the organization
  53. Artículo 23 para língua oficiais
  54. Assembleia-geral da OEA, Alterações ao Regimento da Assembleia Geral, 5 de junho de 2000
  55. Artigo 11, Protocolo de Emendas ao Ato Constitutivo da União Africana
  56. {{#invoke:Citar web|web}}
  57. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
  58. Informação geral sobre Moçambique - Portal do Governo de Moçambique
  59. 3° recenseamento geral da população e habitação - Instituto Nacional de Estatística
  60. Governo da República de Angola
  61. Aplicação interativa do Instituo Nacional de Estatística sobre os resultados preliminares do Censos 2011
  62. Instituo Nacional de Estatística
  63. Apresentação dos resultados definitivos do Censos 2009 do Instituto Nacional de Estatística
  64. Resultados do Censos 2010 - Governo de Timor-Leste
  65. Sítio do governo
  66. Estimativas da população de Macau - Direção dos Serviços de Estatística e Censos do Governo da RAE de Macau
  67. Direção dos Serviços de Estatística e Censos do Governo da RAE de Macau
  68. Censos 2011 de Macau - Direção dos Serviços de Estatística e Censos do Governo da RAE de Macau
  69. Apresentação de dados preliminares do IV° RGPH 2010 - Instituto Nacional de Estatística, Cabo Verde
  70. RGPH 2001 Estado e estrutura da população de São Tomé e Príncipe - Instituto Nacional de Estatística, São Tomé e Príncipe - 2003
  71. {{#invoke:Citar web|web}}
  72. {{#invoke:Citar web|web}}
  73. {{#invoke:Citar web|web}}
  74. {{#invoke:Citar web|web}}
  75. {{#invoke:Citar web|web}}
  76. 76,0 76,1 76,2 76,3 76,4 76,5 {{#invoke:Citar web|web}}
  77. 77,0 77,1 {{#invoke:Citar web|web}}
  78. {{#invoke:Citar web|web}}
  79. {{#invoke:Citar web|web}}
  80. Leach, Michael (2007), "talking Portuguese; China and East Timor", Arena Magazine, http://findarticles.com/p/articles/mi_hb6469/is_92/ai_n29406744/, visitado em 18/05/2011 
  81. {{#invoke:Citar web|web}}
  82. {{#invoke:Citar web|web}}
  83. {{#invoke:Citar web|web}}
  84. {{#invoke:Citar web|web}}
  85. 85,0 85,1 {{#invoke:Citar web|web}}
  86. Dicionário da Ilha-Falar e Falares da Ilha de Santa Catarina. [S.l.: s.n.].
  87. {{#invoke:Citar web|web}}
  88. {{#invoke:Citar web|web}}
  89. {{#invoke:Citar web|web}}
  90. {{#invoke:Citar web|web}}
  91. {{#invoke:Citar web|web}}
  92. {{#invoke:Citar web|web}}
  93. {{#invoke:Citar web|web}}
  94. {{#invoke:Citar web|web}}
  95. {{#invoke:Citar web|web}}
  96. {{#invoke:Citar web|web}}
  97. {{#invoke:Citar web|web}}
  98. {{#invoke:Citar web|web}}
  99. {{#invoke:Citar web|web}}
  100. 100,0 100,1 {{#invoke:Citar web|web}}
  101. 101,0 101,1 {{#invoke:Citar web|web}}
  102. Lexikon der Romanistischen Linguistik (LRL)
  103. {{#invoke:Citar web|web}}
  104. {{#invoke:Citar web|web}}
  105. Em Cafundó, esforço para salvar identidade. São Paulo, SP: O Estado de São Paulo, 2006 dezembro 24, p. A8.
  106. {{#invoke:Citar web|web}}
  107. {{#invoke:Citar web|web}}
  108. 108,0 108,1 {{#invoke:Citar web|web}}
  109. {{#invoke:Citar web|web}}
  110. {{#invoke:Citar web|web}}
  111. {{#invoke:Citar web|web}}
  112. 112,0 112,1 112,2 112,3 {{#invoke:Citar web|web}}
  113. 113,0 113,1 113,2 113,3 {{#invoke:Citar web|web}}
  114. 114,0 114,1 Handbook of the International Phonetic Association pg. 126–130; a referência aplica-se à toda a seção.
  115. Cruz-Ferreira (1995:91)
  116. Barbosa & Albano (2004:228–229)
  117. White, Landeg. (1997). The Lusiads—English translation. Oxford World's Classics. Oxford University Press. ISBN 0-19-280151-1

Ligações externas

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Wikilivros Livros e manuais no Wikilivros
Commons Categoria no Commons

Periodização da língua portuguesa

Dicionários em linha

Ferramentas de apoio à escrita em português

Apoio à aprendizagem do português - Instituto Camões